quarta-feira, 10 de outubro de 2018

Etiquetas de hotel


Talvez pela vaidade de se mostrar uma pessoa viajada, ou simplesmente para se recordar de uma viagem, por volta do final do século XIX, as pessoas começaram a decorar suas malas com os logotipos dos hotéis onde se hospedavam, recortando os mesmos de envelopes, papéis timbrados ou qualquer outro material que o hotel dispusesse em seus quartos. Os donos dos estabelecimentos provavelmente viram nisso uma ótima maneira de divulgar seus hotéis e passaram a fornecer as etiquetas de bagagem para que os hóspedes colassem em suas malas!
Alguns hotéis chegavam a enviar as etiquetas para que os hóspedes as colassem em suas malas, evitando, assim, o extravio de bagagem. Nascia, aí, uma nova forma de propaganda e um objeto de colecionismo, pois muitos viajantes passaram a guardar as etiquetas ao invés de colá-las em suas malas.
Inicialmente, as etiquetas eram simples e monocromáticas, apresentando apenas o nome do hotel ou o desenho do mesmo e o nome. Mas, por volta de 1890, já se viam etiquetas com desenhos mais complexos e coloridos. E, pela primeira vez, também se viam etiquetas com desenhos que enfatizavam pontos turísticos da cidade e não mais, apenas, o hotel. Liberdade artística e impressões melhores tornavam ainda mais desejáveis as etiquetas e elas cobriam malas, eram coladas em álbuns de viagens ou iam parar dentro de livros de colecionadores.
Nos anos 1920, cidades da América Latina, como Rio de Janeiro e Buenos Aires, produziram suas primeiras etiquetas de bagagem. Abaixo, etiqueta do Hotel Glória, de cerca de 1922, quando o hotel foi construído. O hotel, projetado por Joseph Gire – mesmo arquiteto do Copacabana Palace -, funcionou por 86 anos, encerrando suas atividades em 2008.